O irmão de Luiz Kaio Garsino dos Santos, um dos mortos em confronto com a Polícia Militar (PM) após uma tentativa de roubo a uma joalheria no Centro de Campo Grande, fez uma denúncia formal à Corregedoria da PMMS, na terça-feira (4), alegando contradições no caso.
Luiz Kaio, Tainara Gonçalves Machado e um terceiro suspeito morreram no confronto com equipes do 1° Batalhão da Polícia Militar e Batalhão de Choque na madrugada do último domingo (2). O trio era acusado de agredir um ourives de 70 anos e manter a vítima em cárcere enquanto tentavam roubar o estabelecimento. Segundo o boletim de ocorrência, os suspeitos estavam armados e houve um confronto, no qual os três foram alvejados e não resistiram aos ferimentos.
Contudo, o irmão de Luiz Kaio, ao conversar com a reportagem, contestou a versão oficial. Ele alegou que Luiz Kaio estava desarmado e pedindo socorro em mensagens enviadas à namorada pouco antes dos disparos. “Mano me ajuda, a polícia vai matar ‘noiz’. Vem aqui. Amor por favor”, dizia a mensagem, de acordo com o familiar, que afirmou que seu irmão estava tentando se entregar e estava encurralado.
O irmão também destacou que, ao reconhecer o corpo de Luiz Kaio, notou que os disparos estavam agrupados na região do tórax, o que indicaria, segundo ele, execução. Além disso, ele alegou que não houve confronto, pois as munições das armas estavam intactas e sem vestígios de sangue no local.
Luiz Kaio tinha um histórico criminal, com mais de 30 passagens, incluindo crimes de ameaça, roubo, e cárcere privado. Segundo o irmão, o rapaz havia saído da prisão há apenas quatro meses e não queria participar do roubo, sendo forçado a agir por outros envolvidos, com os quais ele não teria qualquer ligação.
Após fazer a denúncia na Corregedoria, o irmão também acionou o GACEP (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial) para pedir proteção. Ele afirmou que está recolhendo provas para apresentar ao Ministério Público (MPMS) e afirmou que está buscando justiça, alegando que houve negligência na ação policial.
A Polícia Militar de Mato Grosso do Sul (PMMS) informou à reportagem que as ações da corporação seguem protocolos legais e que a versão oficial dos fatos está registrada no boletim de ocorrência. A PMMS também comunicou que um procedimento foi instaurado na Corregedoria para apurar o caso.